Todos os anos, nós esmagamos, puxamos e retiramos cerca de 100 bilhões de toneladas de matéria-prima do tecido do planeta. Essa quantidade equivale a destruir dois terços da massa do Monte Everest a cada 12 meses.

Cerca de metade da matéria-prima que extraímos vai para a indústria da construção, que gera cerca de um terço de todos os resíduos do planeta e pelo menos 40% das emissões mundiais de dióxido de carbono. Compare esse número com os 2-3% causados pela aviação, que causa muito mais perturbação entre as pessoas.

Os "resíduos" do consumo dessas matérias-primas são descartados em quantidades tão imensas que a sua pegada ambiental ajudou a criar uma nova era, que recebeu o nome de "Antropoceno".

Os arqueólogos do futuro irão cavar por entre camadas de entulho para entender como vivemos. Mas esse material que usamos e descartamos hoje em dia também contém um enorme tesouro que poderá ser utilizado em nosso benefício.

Calcula-se que uma tonelada de telefones celulares contenha 300 vezes mais ouro que uma tonelada de minério de ouro da melhor qualidade, além de quantidades significativas de prata, platina, paládio e metais raros - enquanto seguimos rasgando a terra com a mineração contínua para conseguir mais desses materiais.

As vastas quantidades de cobre disponíveis em bilhões de cabos existentes em todo o mundo são uma fonte reutilizável de metal com uma taxa de concentração bem mais elevada do que os menos de 1% existentes em minérios de qualidade superior.

Tudo isso gera uma questão óbvia: por que não reutilizamos o que já extraímos, em vez de escavar o planeta em busca de cada vez mais matérias-primas?

Esse pensamento vem estimulando um grupo cada vez maior de arquitetos e empresas de construção a examinar como reutilizar a imensa quantidade de materiais ocultos nos ambientes que já construímos, desde concreto e madeira até riquezas metálicas do lixo eletrônico.

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